Polícia investiga tiroteio mortal perto do estádio do Maracanã

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a ocorrência de violência em um bar próximo ao estádio do Maracanã, local onde aconteceu a primeira partida da final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense, na noite deste sábado (1º de abril). O bar é conhecido por ser um local popular para os torcedores do Fluminense assistirem às partidas de seu time. O bar estava lotado quando Thiago Leonel Fernandes da Motta foi baleado e morto, e Bruno Tonini Moura também ficou ferido e foi levado ao hospital. Não há informações sobre o estado de saúde dele.

O atirador é identificado como Marcelo de Lima, inspetor penitenciário vinculado à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), que estava de folga no momento. Segundo testemunhas, o tiroteio não foi motivado por um desentendimento sobre futebol, mas sim por uma discussão sobre os últimos pedaços de pizza vendidos pelo estabelecimento, que foram contestados pelo atirador e pelas vítimas. Após a briga, o inspetor penitenciário sacou a arma e disparou.

Marcelo de Lima foi preso no local pela Polícia Militar e encaminhado à Delegacia de Homicídios. O inspetor penitenciário foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado doloso contra Thiago Leonel Fernandes da Motta e tentativa de homicídio contra Bruno Tonini Moura.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um grupo de torcedores do Fluminense reunidos no bar quando nove tiros são ouvidos. Inicialmente, as pessoas presentes parecem não entender o que estava acontecendo. Então, alguns correm e outros se abaixam.

Em nota divulgada nas redes sociais, o Fluminense expressou suas condolências à família de Thiago e desejou rápidas melhoras a Bruno. “Esperamos que os fatos sejam investigados com rigor e os responsáveis sejam punidos. Nossos pensamentos estão com as famílias e amigos das vítimas”, acrescentou o clube. A Seap condenou o ato de violência cometido por seu funcionário e anunciou que seria aberto um Processo Administrativo Disciplinar.

Familiares e amigos de Thiago postaram mensagens em sua homenagem. Foi fotógrafo e cineasta que trabalhou para o Grupo Globo. Artistas que o conheceram expressaram sua tristeza. “Que triste! Muita luz para esse cara especial”, escreveu a atriz Fernanda Paes Leme. “Meu Deus!!! Thiago é pura luz!!! Tristeza”, postou o ator José Loreto. Outra atriz que lamentou o episódio foi Débora Secco: “Não acredito”.

Também fez parte do Samba Pra Roda, grupo que fundou com amigos. “Perdi um amigo, um irmão, uma das pessoas mais brilhantes e talentosas que já conheci, que me ensinou tantas coisas nas encostas deste morro. Tudo isso por causa da violência, do descontrole das armas e do banalização da vida. Inacreditável”, escreveu Omar Monteiro, proprietário do Bar do Omar, localizado próximo ao Morro do Pinto, no bairro Santo Cristo, onde o grupo costumava se apresentar.

Violência

O último episódio de violência perto do estádio do Maracanã ocorreu menos de um mês depois que uma grande briga entre torcedores do Vasco e do Flamengo deixou várias pessoas feridas. O confronto aconteceu no dia 5 de março, quando as duas equipes se enfrentaram em jogo válido pelo Campeonato Carioca.

O vascaíno Eder Eliazar morreu após ficar 15 dias internado. Ainda no dia 5 de março, outro torcedor do Vasco foi baleado e morto próximo ao estádio São Januário, mas a Polícia Civil considera a hipótese principal de uma execução motivada por uma disputa com traficantes.

Episódios de violência nos estádios da capital levaram o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) a decretar, no mês passado, a prisão temporária dos dirigentes do movimento organizado

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