Pai que deixou filha de 3 anos sem comer por 40 dias é solto

Criança resgatada em estado de desnutrição extrema recebe cuidados médicos e assistenciais

O homem que deixou sua filha de apenas 3 anos sem comer por 40 dias foi solto após passar por uma audiência de custódia na cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo. A decisão que concedeu a liberdade provisória provocou ação por parte da Promotoria de Justiça, que apresentou um recurso solicitando a prisão preventiva do acusado.

A criança, resgatada em estado de desnutrição por guardas civis municipais, foi hospitalizada na última sexta-feira (2/6). A investigação teve início quando a avó materna da criança encontrou dificuldades para contatar o pai e visitar sua neta. A Justiça emitiu um mandado para a visita, desencadeando a descoberta do terrível estado da criança.

No recurso, o promotor de Justiça, Cássio Sartori, apontou ações em andamento na Vara de Família que indicavam a obstrução das aproximações entre a menina e sua avó materna. A avó, segundo o promotor, procurava frequentemente o pai da criança em busca de auxílio financeiro e alimentos.

O promotor também mencionou que o inventário de bens deixados pela mãe do acusado revelou que ele possuía recursos financeiros e patrimônio suficientes para prover a alimentação adequada de sua filha.

O caso está sendo acompanhado pelo Procedimento Administrativo de Tutela de Interesses Individuais Indisponíveis (PANI) na Promotoria da Infância e Juventude, visando garantir a assistência adequada à criança.

Igor Rafael, um dos guardas civis municipais responsáveis pelo resgate da menina, relatou que ela estava em estado avançado de desnutrição, incapaz de falar, chorar ou se mover. Durante o processo, o homem afirmou aos guardas que sua intenção era que ele e sua filha morressem de fome. A audiência de custódia ocorreu no sábado (3).

A criança foi encontrada em sua cama, apenas de fralda, apresentando desidratação, ossos visíveis e pesando apenas 8 quilos. Segundo o guarda civil, as condições no local eram precárias. A menina foi hospitalizada e, graças aos cuidados de uma equipe multidisciplinar composta por médico, psicólogo, fonoaudiólogo e nutricionista, encontra-se em recuperação satisfatória.

As autoridades e a sociedade aguardam agora a análise do recurso apresentado pelo Ministério.

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