Nenhuma universidade brasileira está entre as 100 melhores do mundo, aponta ranking

Recuperação do prestígio acadêmico brasileiro requer aprimoramento nos sistemas de avaliação e investimentos na educação superior.

Um estudo recente realizado pela World University Rankings (CWUR) revelou que nenhuma universidade estadual ou federal brasileira está classificada entre as 100 melhores do mundo. A pesquisa avaliou 22 instituições nacionais, que figuraram entre as mil melhores.

O ranking da CWUR considera quatro áreas para classificar as universidades: sucesso acadêmico de ex-alunos, empregabilidade, distinções do corpo docente e pesquisas realizadas. As instituições estadunidenses dominam as primeiras colocações, com a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Stanford ocupando os três primeiros lugares. Das dez melhores posições, oito são ocupadas por universidades dos Estados Unidos e duas por instituições inglesas.

A melhor colocação brasileira é da Universidade de São Paulo (USP), que ficou em 109º lugar. No ano anterior, a USP estava quatro posições à frente. A segunda universidade brasileira melhor posicionada é a Universidade de Campinas (Unicamp), também localizada em São Paulo, subindo da 347ª para a 344ª posição.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a terceira melhor universidade brasileira e a mais bem classificada entre as instituições federais, caiu da 360ª para a 376ª posição. A Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) também registrou uma queda no ranking, indo da 421ª para a 424ª posição. Por outro lado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul subiu da 474ª para a 467ª posição.

Em resposta aos resultados do estudo, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que está trabalhando para recompor o orçamento da pasta, que sofreu cortes no governo anterior. Além disso, o MEC está empenhado em minimizar os impactos da pandemia que afetaram todas as áreas da educação no país. Segundo o ministério, as ações implementadas têm como objetivo ampliar as oportunidades de acesso e permanência dos jovens no ensino superior. No ano atual, já foram anunciados investimentos de R$ 2,44 bilhões para fortalecer a educação superior e o ensino profissional e tecnológico público no país, revertendo a tendência de cortes e contingenciamentos dos últimos anos.

Para o pesquisador Fabrício Garcia, sócio-fundador da plataforma Qstione, o Brasil precisa aprimorar os sistemas de avaliação do ensino superior. Ele ressalta que a avaliação é fundamental para obter indicadores mais claros sobre a qualidade do ensino superior. Embora exista o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) como ferramenta atual, Garcia destaca que os estudantes universitários não têm sido estimulados a realizar um bom desempenho no exame. Ele enfatiza que a responsabilidade muitas vezes recai apenas sobre as instituições de ensino, o que dificulta a identificação dos pontos fortes e das áreas que precisam ser aprimoradas

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