Indonésia proíbe venda de todos os xaropes para tosse após morte de 99 crianças

OMS suspeita que quatro dos xaropes feitos pela Maiden Pharmaceuticals Limited continham “quantidades inaceitáveis” de produtos químicos

A Indonésia interrompeu a venda de todos os xaropes e medicamentos líquidos após a morte de quase 100 crianças e um aumento inexplicável nos casos de lesões renais agudas.

A proibição, anunciada pelo Ministério da Saúde do país na quarta-feira (19), permanecerá até que as autoridades concluam uma investigação sobre xaropes médicos não registrados suspeitos de conter ingredientes tóxicos.

O porta-voz do Ministério da Saúde, Mohammad Syahril, disse que 99 mortes e 206 casos de lesões renais agudas em crianças, a maioria com menos de 6 anos, estão sendo investigados.

“Como precaução, o ministério pediu aos profissionais de saúde nas unidades de saúde que não prescrevam medicamentos líquidos ou xaropes temporariamente”, disse ele.

“Também pedimos que as drogarias interrompam temporariamente todas as vendas de medicamentos líquidos sem receita ou xaropes até que nossas investigações sejam concluídas”, acrescentou.

A proibição ocorre depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vinculou quatro xaropes para tosse feitos na Índia à morte de até 70 crianças que sofrem de insuficiência renal aguda na Gâmbia, na África Ocidental.

No início deste mês, as autoridades indianas fecharam uma fábrica em Nova Déli onde os remédios eram feitos.

A OMS suspeita que quatro dos xaropes feitos pela Maiden Pharmaceuticals Limited – solução oral de prometazina, xarope para tosse infantil Kofexmalin, xarope para tosse bebê Makoff e xarope para resfriado Magrip N – continham “quantidades inaceitáveis” de produtos químicos que poderiam danificar o cérebro, pulmões, fígado e rins de quem os toma.

Os xaropes usados ​​na Gâmbia não estavam disponíveis na Indonésia, de acordo com a agência de alimentos e medicamentos do país do sudeste asiático.

No entanto, na quinta-feira (20), o ministro da Saúde da Indonésia, Budi Gunadi Sadikin, disse que etilenoglicol e dietilenoglicol – que são mais comumente encontrados em produtos como anticongelante, tintas, plásticos e cosméticos – foram detectados em xaropes encontrados nas casas de alguns pacientes infantis.

“[Os produtos químicos] não deveriam estar presentes”, disse Budi.

Ele acrescentou que o número de casos de insuficiência renal aguda pode ser maior do que o relatado e seu ministério está adotando uma abordagem conservadora ao proibir a venda de todos os xaropes.

Por CNN Brasil

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