Agente Lucas Caribé Monteiro de Almeida perde a vida em confronto no bairro de Valéria, em Salvador
O corpo do policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, de 42 anos, foi velado e cremado no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, após perder a vida em uma operação policial ocorrida na manhã desta sexta-feira (15) no bairro de Valéria, na capital baiana. Além do agente federal, quatro outras pessoas perderam a vida durante o confronto, todos suspeitos de integrar uma facção criminosa.
Um dos suspeitos abatidos foi identificado como Uélisson Neves Brito, conhecido como “Cara Fina”, que estava foragido da polícia e figurava no Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Os nomes dos outros três suspeitos não foram divulgados pela secretaria.
Lucas Caribé Monteiro de Almeida era um veterano com 10 anos de serviço na Polícia Federal e estava lotado no Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Bahia.
A operação envolveu mais de 100 agentes das polícias Federal, Civil e Militar, que foram surpreendidos pela presença de uma facção rival à que era o alvo da ação. A facção tinha planos de retomar o controle do tráfico de drogas no bairro, resultando em um intenso confronto onde o policial federal Lucas Caribé perdeu a vida. Outro policial federal e um policial civil também ficaram feridos, sendo que o agente estadual passará por cirurgia no olho.
Além do policial federal, dois suspeitos foram mortos pelas forças de segurança durante o tiroteio, enquanto outros dois suspeitos foram abatidos em uma segunda troca de tiros ao tentarem fugir em uma região de mata.
A Bahia vem enfrentando uma onda de insegurança, marcada por tiroteios entre policiais e criminosos armados, bem como apreensões de armas pesadas. Recentemente, a violência se intensificou com 11 mortes, oito prisões e quatro situações de reféns registradas nos bairros de Alto das Pombas e Calabar, bairros vizinhos. Isso levou a interrupções nas atividades de unidades de saúde e instituições de ensino.
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, reconheceu que a disputa entre facções é a principal causa da escalada de violência no estado. Enquanto isso, o governador Jerônimo Rodrigues, no desfile do 7 de setembro, negou a solicitação de intervenção federal para a segurança pública do estado, mas não descartou a medida em um futuro se necessário. “Se precisar, não terei problema, mas não há ambiente agora para a gente poder duvidar [da segurança da Bahia]. Não é preciso a intervenção do governo federal no estado da Bahia. Estamos tranquilos e firmes com isso”, afirmou o governador.