O bambuzal que embeleza as vias de acesso ao aeroporto de Salvador tem um significado histórico

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Considerado Patrimônio da Natureza, o “corredor florestal” de bambuzais que margeia a estrada para o Aeroporto Internacional de Salvador tornou-se um popular cartão-postal da cidade. No entanto, os bambuzais existem há cerca de 80 anos e fazem parte da história do Brasil.

Ocupando uma área de 61.456,35 m² e estendendo-se por pouco mais de um quilômetro e meio, o bambuzal serviu no passado como uma importante função estratégica. Segundo o historiador Rafael Dantas, o corredor foi criado entre as décadas de 1920 e 1940 para proteger as bases aéreas brasileira e norte-americana durante a Segunda Guerra Mundial.

“Em meio à tensão militar da Segunda Guerra Mundial, o corredor servia para ocultar e camuflar o acesso à base, onde ficavam os aviões da Força Aérea Brasileira e dos Estados Unidos”, disse Dantas.

Após a guerra, a área tornou-se a rota oficial de boas-vindas e despedidas dos visitantes. Antes, as chegadas à cidade por via aérea eram feitas pelo Hidroporto da Ribeira, pois os primeiros pontos de desembarque de Salvador não eram por terra, mas por mar.

“A cidade se desenvolveu em direção à região próxima ao bambuzal. Como já havia uma base militar na área, a consolidação do lado aéreo da cidade foi oficialmente transferida para lá. Não só pela base existente, mas também pela fundação de o aeroporto em 1925 e as condições geográficas favoráveis por ser um local muito mais plano”, disse o historiador.

Hoje, o bambuzal é o primeiro ponto turístico visto por quem chega de avião a Salvador, e também o último visto por quem sai. Muitas fotos e postagens são compartilhadas nas mídias sociais e são altamente populares.

“Para nós, ter o bambuzal como ponto de embarque e desembarque das pessoas é muito significativo, pois representa história e cultura. O espaço é uma das atrações mais icônicas da cidade e do aeroporto. Podemos sentir a admiração dos turistas pelo bambuzal através das publicações que fazem nas mídias digitais, dizendo que estão aqui”, disse o presidente do aeroporto de Salvador, Júlio Ribas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Manutenção (Semam), foram identificados no local aproximadamente 50.000 talos e postes de diversas espécies de bambu. A atual coleção de espécies que ainda sobrevivem é considerada centenária pela agência.

Por sua importância na história e no meio ambiente da cidade, a Prefeitura de Salvador solicitou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o reconhecimento do bambuzal como área protegida.

“A ideia é que o bambuzal continue sendo o primeiro cartão-postal de Salvador. Desde 2018, a prefeitura já encaminhou o pedido ao Iphan para considerar aquele espaço como perímetro demarcado, sendo uma área de proteção cultural e paisagística”, disse o titular de Seman, Lázaro Jezler.

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