Nivaldo Marques diz que foi criticado por apostar na lambada antes do hit ‘Tem cabaré essa noite’

Cantor Nivaldo Marques

Parceria com Nattan está entre as 50 mais ouvidas no Spotify e tinha arranjo de arrocha antes de Nivaldo, conhecido como ‘Rei do Lambadão’, gravar.

Nivaldo Marques vem levantando a onda da lambada entre as músicas mais ouvidas do Brasil com “Tem Cabaré Essa Noite”, mas enfrentou resistência em Salvador quando se intitulou como o “Rei do Lambadão”.

O cantor de Nazaré, cidade do Recôncavo Baiano, canta “desde novinho” em bares e de tudo um pouco: arrocha, samba, pagode, lambada, reggae… Bem como a vida de quem toca na noite. 

A carreira virou profissional no São João de 2014, mas só teve relevância a nível nacional oito anos depois quando a música do Cabaré começou a viralizar.

Antes, Nivaldo foi lavrador, ajudante de garçom, repositor de supermercados, auxiliar de serviços gerais e motoboy.

Ele passou a cantar apenas lambada para tentar se destacar diante da grande concorrência de bandas de arrocha em Salvador. 

“Sentia uma competição muito grande, foi aí que eu pensei ‘E se eu trilhar um caminho diferente? Tenho probabilidade de arrancar mais'”, diz Nivaldo ao g1. 

“Saí do arrocha e migrei para lambada, mas no início recebi críticas. Já fui rejeitado de casa de show, já teve de público rejeitar também, mas eu falei ‘vou até o fim e Deus proverás'”. 

Fã de Beto Barbosa, o cantor de 32 anos diz que realmente gosta mesmo do gênero: “Não é porque estou no sucesso agora, mas é a lambada é uma parada que eu me sinto bem, sei desenrolar, meu tempo bate certo”.

‘Tem Cabaré essa Noite’ é uma versão da música ‘Te Robaré’, de Prince Royce, escrita por Flavinho Kadet; hit estourou com Nivaldo Marques e Nattan – Foto: Divulgação

“Tem Cabaré essa Noite” é uma versão de “Te Robaré”, do cantor americano Prince Royce, lançada em 2013. 

Quem escreveu a música em português foi Flavinho Kadet, cantor e compositor também baiano, que em 2019 tinha a dupla Guto e Flavinho.

A dupla durou pouco mais de seis meses após a composição da música, mas foi tempo suficiente para tocar nas rádios em Salvador. Foi em um desses momentos que Nivaldo ouviu e sentiu potencial com a música. 

“Senti que ia bater porque é uma música chiclete, música de balada, de quem tá curtindo, de quem está extravasando, de quem está namorando”, diz.

Nivaldo Marques e Nattan no clipe de ‘Tem Cabaré essa Noite’ – Foto: Divulgação

“É uma música para bater para todos os gostos só não para quem está cabisbaixo. Para quem está feliz da vida, ela bate certo”

Nivaldo comprou a música de Flavinho Kadet a um preço “simbólico”, já que o empresário era amigo do compositor e fez uma transformação. Cortou parte da letra e mudou o arranjo para a lambada ainda em 2019. 

Mas “Tem Cabaré essa Noite” só começou a acontecer dois anos depois, quando caiu no gosto de influenciadores como Carlinhos Maia. 

A repercussão ainda subiu para outro patamar quando Nattan, cantor de forró cearense, acrescentou uma brincadeira no refrão, o “Ui Ai”, que potencializou a força da músicas no TikTok. 

É a gravação com os dois cantores que está entre as 50 músicas mais ouvidas no Spotify. 

A agenda de shows de Nivaldo também ficou mais movimentada após a música. Ele passou de um média de 7 shows por mês para 18, a maioria no Nordeste. 

Lambada volta com força?
Beto Barbosa é referência para Nivaldo Marques, cantor baiano conhecido como ‘Rei do Lambadão’ – Foto: Divulgação

No final dos anos 80, Beto Barbosa era um fenômeno com “Adocica” e o grupo Kaoma fazia sucesso com “Chorando se Foi” na época do auge da lambada no Brasil. 

Sidney Magal também era uma figura importante dentro do movimento. O visual de Nattan hoje em dia até lembra o do cantor que arrancava suspiros com suas músicas bregas. 

A força do gênero não se manteve constante nas décadas seguintes, mas outros grupos já tentaram levantar essa bola de novo. 

O grupo baiano Lambassaia se destacou no Nordeste com músicas como “Prostituta” e “Água de Maconha” em 2019, mas não conseguiu destaque grande a nível nacional. 

“A galera pede muito a lambada e, no meu ponto de vista, ela nunca morreu. Só não tinha aquele artista que dissesse assim que ia enfrentar essa parada, como é o meu caso”, defende Nivaldo. 

Fonte: G1

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