Desmatamento ilegal na caatinga resulta em multas milionárias e embargos de áreas degradadas na Bahia.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) embargou mais de 3 mil hectares de caatinga que foram desmatados ilegalmente na região da bacia do rio São Francisco, na Bahia. A área, equivalente a mais de 3,3 mil campos de futebol, foi embargada durante a Operação Mandacaru I, que tem como objetivo combater o desmatamento ilegal do bioma caatinga. Os donos dos terrenos foram identificados, autuados e responderão na justiça por crime ambiental. Além disso, serão obrigados a recuperar as áreas degradadas e pagar multas que somam mais de R$ 5,8 milhões.
Os agentes ambientais federais que participaram da ação relataram que o desmatamento foi realizado para ampliar atividades agropecuárias, principalmente a criação de gado, sem licença dos órgãos ambientais. O desmatamento ilegal na caatinga prejudica o solo, causa o assoreamento dos rios e elimina o habitat de diversos animais silvestres. Também contribui para o aumento dos níveis de gás carbônico na atmosfera, acelerando mudanças climáticas.
A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, que ocupa cerca de 10% do território nacional, principalmente na região nordeste. No entanto, mais da metade da área original do bioma já foi destruída. Apenas 8% da extensão remanescente está em unidades de conservação. Além da biodiversidade, a caatinga abriga uma diversidade cultural significativa, incluindo povos tradicionais, quilombolas e 35 etnias indígenas.
