Uma adolescente de 15 anos foi resgatada pela Polícia Federal após ser levada para a Terra Yanomami com a promessa de trabalhar como cozinheira. Ao chegar na região, ela foi forçada a se prostituir em garimpos e relatou ter feito até 16 programas por noite. A menina foi encontrada durante uma fiscalização a barcos de invasores no Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami.
De acordo com o conselheiro tutelar Franco Rocha, que acompanha o caso junto à Polícia Federal, a adolescente foi atraída pelas redes sociais com a promessa de receber até R$ 5.800 por mês, em ouro ou dinheiro. Porém, ao chegar na região, ela foi obrigada a se prostituir e ameaçada de morte caso se recusasse.
“Ela ficou animada pela quantidade de dinheiro. Eles foram buscá-la em casa dela, aqui em Boa Vista, em um carro super luxuoso. Inicialmente, ela ficou confiante que ia trabalhar na área da cozinha e que eles iam pagá-la. Quando chegou, a realizada foi outra. Eles a obrigaram a ir para os cabarés, inúmeros, lá dentro. E que se ela não fosse, iriam deixá-la rodada, como costumam dizer. Não iria pagá-la, e ainda corria o risco de ser assassinada porque eles a ameaçaram de morte. Então, ela não teve outra alternativa”, disse Franco.
A adolescente estava na região de Walopali, onde há um ponto de fiscalização da PF contra os garimpeiros. No barco abordado pela PF, foram encontradas outras mulheres, incluindo a garota, que haviam sido coagidas a se prostituir em garimpos. O caso segue em investigação pela Polícia Federal.