Secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti disse que vai definir ainda com os chineses o tipo de mão-de-obra que o consórcio tem necessidade e um lugar ideal para instalar o canteiro central das obras

Pode ser nesta quinta-feira 23, ou na próxima semana, após as comemorações do Ano Novo na China, as conversas entre a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) com o consórcio formado pelas empresas China Railway 20 Bureau Group Corporation – CR20; CCCC South America Regional Company S.Á.R.L – CCCC SOUTH AMERICA e China Communications Construction Company Limited – CCCCLTD para definir o local de treinamento dos operários, que vão construir a ponte Salvador-Itaparica.
Secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti disse que vai definir ainda com os chineses o tipo de mão-de-obra que o consórcio tem necessidade e um lugar ideal para instalar o canteiro central das obras. “Vamos avaliar a tecnologia construtiva a ser utilizada; e a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) poderá até nos oferecer uma estrutura para treinamento”, explicou.
A reunião, entre a Seinfra e os chineses será interna “pois pretendemos montar os ‘times’ que deverão atuar futuramente nas áreas de documentação, treinamento, social, entre outras, ou seja, nas mais diversas especialidades da construção”, explicou Marcus Cavalcante, por telefone. E acrescentou: “Vamos valorizar a mão de obra que atuou, inclusive, no Estaleiro da Enseada”.
Formado por três empresas chinesas, que venceu o leilão para construção, operação e manutenção da ponte Salvador-Itaparica o consórcio já foi habilitado, devendo assinar o contrato definitivo, entre o final de março e meados de abril, dentro dos prazos estabelecidos no edital. O grupo vencedor terá um ano para elaborar o projeto da ponte e outros quatro anos para construir o equipamento.
O consórcio será autorizado para gestão e administração da ponte durante 30 anos com investimento de R$ 5,4 bilhões e aporte de R$ 1,5 bilhão do Governo do Estado.
Com 12.4 quilômetros de extensão, a ponte vai ser incluída no Sistema Viário do Oeste, que também contempla a implantação dos acessos ao equipamento em Salvador, por túneis e viadutos, e em Vera Cruz, com a ligação à BA-001, junto com uma nova rodovia expressa, e a interligação com a Ponte do Funil, que também será revitalizada. Só na fase de construção desta que é considerada a segunda maior ponte da América Latina, existe a previsão que sejam gerados sete mil empregos.
CANTEIROS
No plano de canteiros de obras para a construção da Ponte Salvador-Ilha de Itaparica, dos acessos aos sistemas viários de Salvador e da Ilha de Itaparica – que faz parte do edital – está prevista a reconfiguração da BA-001 no trecho situado na Ilha de Itaparica. O empreendimento deverá ser desenvolvido em 5 (cinco) grandes trechos: Trecho 1: Sistema Viário Salvador, com quatro viadutos, dois túneis e obras; Trecho 2: Vãos de aproximação da ponte do lado de Salvador, complementares; do apoio 144 ao apoio 57, com 7.243 m de extensão e 32,40 m de largura; Trecho 3: Ponte Principal Estaiada Sobre a Baía de Todos os Santos, do apoio 56 ao apoio 53, com 1.000 m (225m + 550m + 225m) de extensão e 36,00 m de largura; Trecho 4: Vãos de aproximação da ponte do lado da Ilha de Itaparica, do apoio 52 ao apoio 1, com 4.120 m de extensão e 32,40 m de largura; Trecho 5: Sistema Viário da Ilha de Itaparica, com os sub-trechos “chegada à ponte” de 3,09 km, “Variante” de 18,32. km, rodovia BA-001 urbana de 17,48 km e rodovia BA-001 rural de 8,80 km de extensão, totalizando 47,69 km.
No site oficial onde se encontra esse documento, “as vigas pré-moldadas do sistema viário de Salvador (108 unidades) serão executadas em berço próximo aos respectivos vãos, e serão colocadas sobre as vigas travessa por guindastes conforme projeto de “rigging”. Os pré-moldados de concreto dos vãos de aproximação da ponte serão fabricados sobre o viaduto V2000, do eixo 2. As “gaiolas” de armação de aço do sistema MSS, com aços que chegam já cortados e dobrados, serão pré-montadas sobre o viaduto V1000, do eixo 1, previamente construídos, de acordo com o plano de execução da obra e com o cronograma da obra. Demais instalações na área da Petrobras”.
Ainda com base nesses estudos, definiu-se que serão necessários seis canteiros padrão industriais de serviços para atender aos requisitos e a grandiosidade da obra: um em Salvador e cinco na Ilha de Itaparica. “Para concluir qual das áreas seria mais adequada para a implantação dos canteiros, foram estudadas as distâncias entre as áreas e a obra, pois o tráfego de pessoas, materiais e insumos poderia encarecer muito à obra, gerar riscos desnecessários e atrasos por conta da perda de tempo de trabalho. Também foi estudado o grau de proteção que cada área apresentava, pois como elas são localizadas no litoral, estão sujeitos aos intempéries da maré e das ondas. A presença de molhes de proteção foi muito importante no ato da escolha das áreas mais adequadas para a instalação dos canteiros” informa o documento.
O site finaliza esta parte dos canteiros, dizendo textualmente: “Levando em conta as distâncias e a proteção das áreas estudadas foi possível concluir que as áreas 01 e 02 são as mais adequadas para a instalação de canteiros em Salvador. Do lado da Ilha de Itaparica é possível concluir que a área 14 é a mais adequada para a implantação de um canteiro, já que esta área já faz parte da faixa de domínio da futura estrada. Os demais canteiros de Itaparica não foram locados. Sua locação deverá ser definida durante a realização do projeto executivo da obra”.
Fonte: Tribuna da Bahia