Diretor da Agerba acha que remendo de cimento em navios é ”pratica comum”

Fonte: Jornal da Mídia

  O diretor-executivo da Agerba (Agência de Regulação), Eduardo Pessoa, absorveu muito rapidamente a linguagem e a lorota da concessionária paulista TWB.
Pessoa, que vivia a pregar a intervenção no sistema ferryboat, devido ao caos instalado e causado principalmente pelo sucateamento da frota, mudou de ideia de uma hora para outra e o tom do seu discurso agora é totalmente favorável à concessionária das três letrinhas do empresário Pinto dos Santos (imagine se galo ele fosse!). A TWB lidera disparadamente o ranking de reclamações entre todas as prestadoras de serviços da Bahia.
A Tribuna da Bahia traz hoje uma declaração de Eduardo Pessoa simplesmente horrorosa, provando que o advogado, que já tem quatro meses à frente da Agerba, continua totalmente por fora quando o assunto é ferryboat e transporte marítimo.
Perguntado sobre o remendo de cimento feito pela TWB no casco do navio “Ivete Sangalo”, fato que vinha sendo escondido pela TWB, mas que foi divulgado com exclusividade pelo JORNAL DA MÍDIA, Pessoa simplesmente disse:“O conserto foi autorizado, aprovado pela Marinha e é bastante comum no meio náutico”.
O executivo da Agerba está equivocado. A Marinha autorizou fazer o remendo de cimento apenas para o navio se deslocar até Bom Despacho, mas não permitiu que o navio seguisse trafegando e transportando passageiros. Isso aí seria uma irresponsabilidade. A Marinha, através da Capitania dos Portos, sabe que qualquer acidente que venha a ocorrer com esses ferries sem manutenção, a responsabilidade será dela. Portanto, não vai permitir práticas que não sejam legais.
E tem mais: se continuar com o mesmo remendo de cimento, o “Ivete Sangalo” não será liberado pela Capitania dos Portos para trafegar no São João. E para substituir o tampão de cimento, a Capitania exige que o serviço seja feito de forma definitiva, com colocação de uma chapa compatível.
Para fazer a serviço, o navio “Ivete Sangalo” teria que ser docado em dique seco, o que não aconteceu até agora, apesar de o médico ortopedista Otto Alencar, secretário de Infraestrutura, ter garantido que o navio seria docado em um estaleiro de Sergipe.
Por fim, vale uma ressalva: o remendo de cimento em um casco de um navio, para evitar a entrada de água como é o caso do “Ivetão”, não é uma prática “bastante comum” no meio náutico, como garantiu o diretor da Agerba.. Se continuar falando essas bobagens, o advogado Eduardo Pessoa vai acabar estimulando a engenharia naval a projetar embarcações com concreto armado.
Mas, enfim, esta é a Agerba do governo da “Bahia de Todos os Nós”. Totalmente sem rumo, sem boreste e sem bombordo. 

Foto
Com um remendo de cimento no casco, para evitar a entrada de água na praça de máquinas, o "Ivete Sangalo" está encostado em Bom Despacho. A Capitania dos Portos exige a retirada do remendo e realização do serviço em definitivo. Mas o diretor da Agerba acha que colocar remendos de cimento em embarcações é uma "prática comum".

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