Liderança quilombola denuncia superpopulação de lagartas em manguezais da Ilha de Maré

Foto: Marcos Musse

Comunidades tradicionais de Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos, no município de Salvador (BA), denunciaram a presença de uma “praga” nos manguezais, principal fonte de sustento dos povoados da ilha, dependentes da pesca e da mariscagem.

Marizelha Lopes, pescadora, marisqueira e liderança na comunidade de Bananeiras, afirma que chegou a realizar avisos formais ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão estadual. No entanto, ainda não houve nenhum retorno oficial. 

De acordo com o biólogo e mestre em ecologia, Jean Anjos, a presença de uma superpopulação desse tipo de lagarta exótica (lepidoptera), que assume um comportamento de praga na vegetação dos manguezais, é um dos sinais de grande desequilíbrio ambiental. 

“A nossa água e o nosso ar estão num nível de contaminação muito alto. O desmatamento dos manguezais também vem avançando. E isso impacta diretamente no ecossistema local, facilitando a ação de espécies invasoras que provavelmente são trazidas para cá em lastros de navios”, explicou o biólogo.

Foto: Marcos Musse

Jean Anjos suspeita ainda que essa espécie de lagarta seja nativa do sudeste asiático e que já houve ocorrências semelhantes ao que vem acontecendo em Ilha de Maré, em outras regiões de mangue no Brasil, também acometidas pelo desequilíbrio ambiental, como nos manguezais do município de Bragança, no Pará. Mas na Bahia, essa seria a primeira ocorrência.

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